segunda-feira, 30 de novembro de 2020

METODOLOGIA DA PESQUISA II (PROFªMARTIELLE FERNANDES)

 AULA DE HOJE: 30-11-2020 


O PROFESSOR PESQUISADOR

 Será que professor e pesquisador são profissões diferentes? Dentro da nossa cultura educacional são sim, mas se pairássemos para analisar veremos que são profissões que se cruzam, que podem perfeitamente ser trabalhadas em conjunto, tanto um professor pode ser um pesquisador como um pesquisador pode ser um professor.


Na nossa sociedade o professor é visto como aquele que coloca em prática o que diz os pesquisadores que seguem modelos clássicos, desconhecendo a prática da sala de aula.


Quando um professor é também um pesquisador (vice – versa) ele agrega ao seu currículo um forte ponto positivo, pois consegue aliar prática e teoria. São vários dentre os estudiosos que defendem a interação da prática (do professor) com a teoria (do pesquisador) dentre eles destacam-se Pedro Demo, Marli André, Zeichner. Cada um defende sua idéia a partir de um ponto de vista diferente.

Em uma visão mais tradicional o professor-pesquisador deve assumir as seguintes características:
• Um especialista em metodologia de pesquisa.
• Um grande conhecedor de estratégias.
• Um grande leitor do assunto de seu estudo.
• Uma pessoa capaz de utilizar mecanismos satisfatórios de coleta de dados.

Com uma visão menos rígida, um professor-pesquisador deve:
• Apresentar uma experiência prática sobre os mecanismos de ensino e aprendizagem.
• Ter consciência sobre problemas recorrentes em sala de aula.
• Ter poder de reflexão e questionamento.
• Ser capaz de resolver problemas.
• Expressar criatividade em suas ações.

Todo professor deve experimentar em sua aula, ou seja, fazer dela um laboratório, abrindo os olhos dos seus alunos para vários processos de aprendizado.

 

Todo professor deve ser um pesquisador?


O processo de pesquisa traz consigo a emancipação das pessoas, pois possibilita a reflexão e o olhar critico sob o objeto de pesquisa. Ao pesquisar é possivel identificarmos os caminhos para a superação das dificuldades, e cria a possibilidade de novas hipóteses. Para Nóvoa (1992), a concepção de professor pesquisador implica oferecer condições para o professor assumir a sua realidade escolar como um objeto de pesquisa, de reflexão e de análise, constituindo-se em um movimento contra-hegemônico frente ao processo de desprofissionalização do professor e de instrumentalização da sua prática.

 A pesquisa é um recurso indispensável ao trabalho docente,  serve  para a construção de novos conhecimentos , sobre questões e dúvidas  específicas que surgem no decorrer do trabalho pedagógico e que não foram apresentados nos cursos de formação ou tiveram uma  abordagem superficial. Este tipo de pesquisa pode ocorrer de forma individual ou nos momentos de formação dentro da escola, de forma coletiva sendo um trabalho colaborativo. De forma geral , o ato de pesquisar representa uma conquista de autonomia ao professor.

 

FORMAÇÃO DO PROFESSOR-PESQUISADOR

 

ALGUNS PONTOS EM QUESTÃO:

Será que professor e pesquisador são profissões diferentes?

Em nossa sociedade, qual o perfil de um professor-pesquisador?

Como formar um professor-pesquisador?

 

A formação do professor pesquisador se apresenta como um movimento contra-hegemônico e como um estímulo à implementação de novas modalidades de formação, onde se acorda os argumentos da relação entre pesquisa, formação do professor e prática docente. Nessa perspectiva, ao apropriar-se de novos conceitos e linguagens, o professor, situa-se como leitor crítico de si e de sua circunstância, de modo a investigar sua ação e renovar sua prática, tornando-se um professor reflexivo.

 Para Nóvoa (2001), o professor pesquisador e o professor reflexivo, no fundo, correspondem a correntes diferentes para dizer a mesma coisa. São nomes distintos, maneiras diferenciadas dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma mesma realidade. A realidade é que o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática. Portanto, aqui estamos dentro do paradigma do professor reflexivo.

  

FORMAÇÃO PARA UMA PRÁTICA REFLEXIVA

 

Conforme destacado por Paiva (2003), a questão da formação para o exercício de uma prática docente reflexiva tornou-se um tema recorrente nas duas últimas décadas.

 

FORMAÇÃO DOCENTE

 

A formação docente vem sendo um tema amplamente discutido nas esferas acadêmica e governamental e, posto à compreensão cada vez maior da importância do educador para a formação do sujeito como partícipe de um mundo globalizado e cada vez mais exigente. Estas discussões trazem em sua essência o problema da qualidade na formação docente, ou seja, formar não somente para saber ministrar conteúdos, mas também para estimular a reflexão, a crítica e o aprendizado mais amplo do aluno.

 

Um bom professor não se faz apenas com teorias, mas principalmente com a prática e o estímulo a uma ação-reflexão-ação e a uma busca constante de um saber mais e de um fazer melhor.

 

QUESTÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE

 

O que quer dizer Formação Inicial?

O que entendemos por Formação Continuada?

 

FORMAÇÃO INICIAL

 

A Formação Inicial é uma etapa que antecede o exercício da prática pedagógica, tendo como objetivo mais amplo aquele de toda a formação — construir uma prática reflexiva, de modo que o professor possa desenvolver as capacidades relativas à docência numa sala de aula.

 

FORMAÇÃO CONTINUADA

 

A Formação Continuada se constitui como um processo contínuo, que prossegue ao longo da carreira e permeia toda a prática profissional numa perspectiva de formação permanente. Enfim, “A Formação Continuada é um processo dinâmico por meio do qual ao longo do tempo, um profissional vai adequando sua formação às exigências de sua atividade profissional”. (VEIGA, 1998, p. 100).

Professor Pesquisador: Realidade ou utopia?

 

Paulo Freire e Joe Kincheloe (2001) consideram que a pós-modernidade exige uma reconceitualização do conhecimento do professor como ponto de partida, já que esta reconceitualização começa pela aceitação do professor como pesquisador e, que a partir desta perspectiva se recontextualiza a formação inicial do professorado tendo nos pressupostos da pesquisa qualitativa suas principais ferramentas com uma forte inclinação para os estudos investigativos. Professor Pesquisador: Realidade ou utopia?

 Mais do que qualquer outra profissão, a educação exige um trabalho de pesquisa constante e ininterrupto, o tipo de trabalho que não termina nunca. Sem a pesquisa o trabalho docente fica seriamente comprometido, haja vista, que é através da pesquisa que encontramos o caminho promissor para criar uma nova postura frente ao grande desafio da busca pelo conhecimento.

A relevância do papel do professor na pesquisa, situando-o como sujeito – real e concreto – de um fazer docente, inclui dar-lhe a voz que precisa ter na produção de conhecimento e reflexão sobre sua prática. A coletividade docente, também é muito importante no âmbito da pesquisa, onde de forma conjunta, professores estabelecem um trabalho de cooperação na co-construção de recursos e estratégias de ensino a serem desenvolvidas de forma significativa. Para tal intento, busca-se desempenhar essa função segundo a perspectiva dialógica freireana, através da qual o outro me constitui e, ao mesmo tempo, é constituído por mim.

“ Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Paulo Freire

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