AULA DE HOJE: 15-06-21
Dança e
Corporeidade: a construção da consciência corporal e do movimento
A dança propicia o autoconhecimento, estimula vivências da
corporeidade, incentiva a expressividade da criança, possibilita a comunicação
não verbal e o diálogo corporal. Desenvolve a psicomotricidade através dos
diversos movimentos: lateralidade, noção de espaço, entre outros. Auxilia
também no processo de observação, percepção, identificação e diferenciação de
ritmos, músicas, estilos, o que favorece o processo de aprendizagem da criança.
A função da dança
na escola não é a de criar coreografias para apresentações e sim um trabalho
planejado de acordo com as possibilidades motoras e de criação individual e
coletiva da própria criança.
Nas atividades de dança, a criança experimenta a plasticidade do corpo
que brinca no ar no tempo e no espaço, exercita a fluência dos movimentos,
mesclada a tonicidade do corpo, exercita sua potencialidade expressiva e
motora, pois a dança é uma arte dinâmica e espetacular.
Entretanto, vale ressaltar que a adequação da roupa para prática da
dança é um elemento importante para se ter flexibilidade e liberdade de
movimentos. O espaço também é um elemento favorecedor para melhores
articulações de performance. O professor deve criar um ambiente profícuo à
criação e à exploração de movimentos que a dança promove. É importante dançar,
improvisar e movimentar-se. Também é de suma importância a apreciação de
números de dança, executados por grupos experientes, ser assistido por
crianças, “[...] para desenvolver seu olhar, fruição, sensibilidade e
capacidade analítica, estabelecendo opiniões próprias” (BRASIL, 1997, p. 69).
De acordo com Strazzacappa (2009, p. 44), “[...] a dança em si já é educativa, expressiva e criativa, dispensando adjetivos”. O professor de dança na escola não deve ser um reprodutor de técnicas ou dançarino profissional, mas um criador de situações motrizes e um apreciador sensível da dança.
Desde o início da
história da humanidade encontramos manifestações artísticas de diferentes povos
através da dança. É muito importante que a criança tenha contato com essas
manifestações e as compreenda como cultura de povos diferenciados.
No Brasil,
uma sociedade extremamente dançante, a música e a dança fazem parte do nosso
dia-a-dia estão intrinsecamente associados. São rodas de pagode, samba, de
capoeira. As escolas de samba, os forrós, as danceterias. A dança e a música
estão presentes em todo lugar e a todo instante. Nos morros cariocas, nas
praias do Nordeste, nos pampas gaúchos, nas festas populares, nas manifestações
das tribos indígenas, nos ritos religiosos etc. Pouco importa para onde se
olhe, a dança e a música estão presentes. Poderia até parecer incoerente dizer
que a dança precisa ser ensinada na escola se já faz parte do dia-a-dia de uma
grande parte da população. No entanto, novamente, salientamos que não é essa concepção
de dança que se pensa para a escola, mas, sim, de como, pela aproximação e
observação da dança e pela reflexão sobre ela, podemos pensar sobre nós mesmos.
O que interessa como conteúdo da dança escolar são os elementos da linguagem
criativa por meio do movimento. (STRAZZACAPPA, 2009, p. 47, grifos nosso)
Reiteramos que a dança no universo escolar, da Educação Infantil e dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental, deve oportunizar contato com a exploração
do corpo em movimento e com essa linguagem artística, enquanto pauta
apreciativa, a qual propicia a introdução da criança no mundo do espetáculo e a
sensibiliza à arte e à vida.
Strazzacappa (2009) evidencia, ainda, que a dança para criança, ao pensarmos
numa organicidade didática até os 8 anos de idade, deve ser livre, de modo que
favoreça a descoberta do corpo, do espaço, das dinâmicas, do ritmo, da
mobilidade; já para as crianças de 8 a 10 considera-as em fase intermediária em
que a improvisação é indicada, mas vale o ensino de alguns passos definidos; e,
a partir dos 11 anos, a dança deve ter ensino especializado, explorando técnica
corporal racionalizada. Enfim, a dança é uma ramificação artística importante a
ser explorada na escola da infância. Vejamos, na continuidade do capítulo,
algumas sugestões práticas para o trabalho com a dança em sala de aula.
Dança e sugestões práticas para o ensino em sala de
aula
1. Nomes
animados: Organização
da turma numa roda para que uns possam visualizar os outros. Cada participante
deverá fazer a separação silábica de seu próprio nome, em conjunto com uma
dimensão de movimento a ser reproduzido pelos colegas bem como a separação
silábica associativa. Exemplo: Ná – (bate palmas) Je (roda sobre o próprio eixo)
La (bate os pés no chão). Após a participação de todos ao final a professora
finalizará com: “MUI-TO BEM PA-RA-BÉNS”, também criando uma sequência de
movimentos.
2. Escravos
de Jó Corporal: Em
círculo, realizam-se os movimentos com a mesma música do “Escravos de Jó”
tradicional, com a diferença de que os movimentos são realizados com o corpo e
não com um objeto. No início da música, são dados passos para o mesmo lado
(quando a música falar “Tira! Põem!”, as pessoas dão um passo para trás e um
passo para frente; na parte que diz “Deixa ficar!”, ficam paradas); no refrão
“ZIG, ZIG ZÁ”, dão um passo para direita, um para esquerda e outro para a
direita!
Escravos de Jó
Escravos de Jó
Jogavam cachangá; Tira! Põem!
Deixa ficar! * Guerreiros com guerreiros
fazem zig, zig zá (bis)
3. Dança
do Jornal: Afaste
as cadeiras e mesas e distribua as folhas de jornal pelo chão. Cada dupla fica
em cima de uma folha, coloque a música e as crianças começam a dançar, não vale
sair de cima do papel nem rasgá-lo, se isso acontecer a dupla é eliminada da
brincadeira. Vence quem cumprir o objetivo da brincadeira, dançar os diversos
ritmos propostos sem rasgar o jornal. Convide as duplas que saíram para serem
juízes com você e observar se os colegas não infringem as regras. Uma maneira
de incrementar a atividade é variar os ritmos musicais, tocando músicas mais
lentas e outras mais agitadas.
4. Atividade
rítmica: “Minha boneca de lata”: Canto e dança com reprodução gestual imitativa do
professor que vai repetindo a música e acrescenta uma parte do corpo além do
braço, coloca pé, perna, barriga, olho, nariz até a boca.
BONECA DE LATA - Música Educação Infantil - Movimento -Psicomotricidade - Atividade Aula Online: https://www.youtube.com/watch?v=xG9JWOVrv0Q
5. Cantigas
de roda: Estratégia
interessante para trabalhar a linguagem da dança, cantar ao passo que se encena
explorando possibilidades do movimento, coordenação motora e exploração
espaço-temporal.
a) Fui a Bahia buscar meu chapéu: para execução da cantiga de roda e
dança é necessário um chapéu e a disposição em roda.
Fui a Bahia buscar meu chapéu, (o dono inicial do chapéu fica ao
centro, enquanto os demais cantam e giram ao seu redor)
da cor da Amanda da cor do céu. (o que se observa é a cor dos olhos –
cor do céu=azul, pulando por alguns instantes na frente da pessoa)
Não é meu não é de ninguém (continua o canto e o giro da roda)
é do Pedro que eu quero bem. (coloca o chapéu na cabeça da nova
dona e lhe dá um abraço, esta passa ocupar o centro da roda)
Fui a Bahia buscar meu chapéu, (o dono inicial do chapéu fica ao
centro, enquanto os demais cantam e giram ao seu redor)
da cor da Cintia da cor do mel. (cor do mel=castanho, pulando por
alguns instantes na frente da pessoa)
Não é meu não é de ninguém (continua o canto e o giro da roda)
é do Mario que eu quero bem. (coloca o chapéu na cabeça do novo
dono e lhe dá um abraço, este passa ocupar o centro da roda)
Fui a Bahia buscar meu chapéu, (o dono inicial do chapéu fica ao
centro, enquanto os demais cantam e giram ao seu redor)
da cor do Lucas da cor do breu. (cor do breu=preto, pulando por alguns
instantes na frente da pessoa)
Não é meu não é de ninguém (continua o canto e o giro da roda)
é da Nayla que eu quero bem. (coloca o chapéu na cabeça da nova
dona e lhe dá um abraço, esta passa ocupar o centro da roda)
Fui a Bahia buscar meu chapéu, (o dono inicial do chapéu fica ao
centro, enquanto os demais cantam e giram ao seu redor)
da cor da Sibila da cor do véu. (cor do véu=verde, pulando por alguns
instantes na frente da pessoa)
Não é meu não é de ninguém (continua o canto e o giro da roda)
é da Jeanete que eu quero bem. (coloca o chapéu na cabeça da nova dona e lhe dá um abraço, esta passa ocupar o centro da roda)
b) A linda rosa
juvenil
A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil
A linda rosa juvenil, juvenil
Vivia alegre em seu lar, em seu lar, em seu lar
Vivia alegre em seu lar, em seu lar
Um dia veio uma bruxa má, muito má, muito má
Um dia veio uma bruxa má, muito má
Que adormeceu a rosa assim, bem assim, bem assim
que adormeceu a rosa assim, bem assim
E o tempo passou a correr, a correr, a correr
E o tempo passou a correr, a correr
E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor
E o mato cresceu ao redor, ao redor
Um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei
Um dia veio um belo rei, belo rei
Que despertou a rosa assim, bem assim, bem assim
Que despertou a rosa assim, bem assim
Batemos palmas para o rei, para o rei, para o rei
Batemos palmas para o rei, para o rei
https://www.youtube.com/watch?v=E7YtjujgNzM
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