segunda-feira, 21 de junho de 2021

FUND. E METODOLOGIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS (PROF. MARTIELLE)

AULA DE HOJE: 21-06-21

Na aula de hoje iremos finalizar as sugestões práticas metodológicas para o ensino de Ciências Naturais na educação infantil e anos inciais do ensino fundamental. 

O trabalho com projetos nas aulas de Ciências

 


Nesse momento vamos enfocar aspectos relacionados ao trabalho com projetos nas aulas de ciências

O trabalho com projetos no ensino de ciências possibilita ao professor despertar o interesse dos alunos sobre um determinado tema. Os projetos são instrumentos pedagógicos que proporcionam a colaboração e interação entre professores e alunos.

Na proposição de projetos o professor também pode partir do interesse ou indagações dos alunos sobre um determinado conteúdo. Geralmente, nos projetos, parte-se dos problemas do cotidiano, enquanto desafio para busca de respostas.

Todo projeto deve seguir etapas definidas pelo grupo de alunos e professor. Alguns livros de metodologia de projetos, como de Antunes (2002), apresentam sugestões das etapas, as quais poderão ser adequadas para as turmas de educação infantil ou do ensino fundamental.

Num projeto existem etapas como, por exemplo: um tema a ser estudado, a delimitação e a problematização do assunto, hipóteses a serem testadas, objetivos a serem atingidos, as estratégias ou metodologias a serem desenvolvidas. Na finalização dos projetos, o ideal é que os alunos escrevam o relatório dos dados observados, este poderá, depois, ser exposto no mural da escola ou apresentado em outras turmas. Outro ponto importante no trabalho com projetos é relacionar os conteúdos de forma interdisciplinar, o que possibilita, muitas vezes, extrapolar os conhecimentos num projeto.

Alguns detalhes devem ser observados quando o professor propõe trabalhos de campo, isto é, seguir determinadas etapas tais como:



                Antunes (2002, p. 31, 32) aponta como atividades do aluno num projeto:

1- A pesquisa em diferentes fontes como: livros, revistas, entrevistas, jornais.

2- A escrita, o desenho, a leitura e anotação de dados, para registro das descobertas.

3- A exploração das definições, comparação, análise, classificação.

4- Percepção das fases do projeto, compreensão dos objetivos e de sua tarefa no projeto.

Salienta Antunes (2002) que o professor não deve confundir as fases de um projeto com os passos do projeto. Aponta que as fases do projeto podem ser identificadas como sendo: Abertura do projeto, o trabalho prático e a culminância: apresentação.

A fase um, abertura do projeto, diz que os envolvidos num projeto devem discutir e eleger a seleção de perguntas, bem como a definição do “eixo temático central”. Lembra que o tema deve estar relacionado com as experiências dos alunos, bem como, deverá ter caráter interdisciplinar.

Na fase dois, ou seja, do trabalho prático, identificada como a alma do projeto, é o momento no qual são desenvolvidas a investigação direta em textos, visitas e outros.

Na fase três, na culminância, ocorre a apresentação dos resultados obtidos na investigação. Essa etapa de apresentação poderá ser realizada através de exposição de objetos, representações dramáticas, painéis. Nessa fase final, o professor expõe a avaliação dos trabalhos, destacando os progressos alcançados pelos alunos.

Quanto aos passos para realizar um projeto, Antunes (2002) diz que:

1º É preciso determinar com clareza os objetivos estipulados para um determinado projeto.

2º Deverá transformar os objetivos em várias perguntas.

3º Relacionar e disponibilizar as diferentes fontes de informação a serem utilizadas, como textos, artigos, livros, revistas, entre outros.

4º Explicar as habilidades operatórias a serem colocadas em prática. Analisar, comparar, classificar, interrogar, entre outros.

5º Explicar de maneira clara as fases do projeto, bem como, o que espera dos alunos ou grupos em cada uma das fases. (entrevistar, visitar, buscar fontes...).

6º Relacionar conceitos e ideias principais a serem pesquisadas.

7º Envolver as ideias presente no projeto aos outros conteúdos ou temas que está trabalhando. Segundo o autor, é importante contextualizar o que o aluno está investigando.

8º Esclarecer as linguagens utilizadas na fase central do projeto.

9º Organizar o projeto em um tipo de linha do tempo, destacando as fases ou subfases dentro de um cronograma definido antecipadamente. Semana X- Ler o texto, Semana Y-Visitar o local M.

10º Definir as linhas de avaliação visando o progresso do aluno.

Os dez passos propostos não devem ser vistos como etapas rígidas, elas são apresentadas nessa sequência, mas podem e devem ser efetivadas segundo os objetivos do professor. Também não são proposições rígidas, o professor à medida que vai organizando o seu projeto estabelece caminhos de acordo com seu contexto escolar, com a turma e o conteúdo que pretende trabalhar.

Para Antunes,

A essência e chave de um projeto é que representa um esforço investigativo, deliberadamente voltado a encontrar respostas convincentes para questões sobre o tema, levantadas pelos alunos, professores, ou pelos professores e alunos e eventualmente funcionários da escola, pais e pessoas da comunidade escolhidos por amostragem. (ANTUNES, 2002, p. 15)

Nesse sentido, como nos lembra Barbosa e Horn, existem dois tipos de conhecimento que permeiam a execução de um projeto: “O conhecimento do professor, que deve possibilitar compreender as crianças com as quais trabalha, conhecer os temas importantes para a infância contemporânea, e também o conhecimento dos conteúdos das disciplinas” (BARBOSA e HORN, 2008, p. 41). Salientam ainda que: “Os conhecimentos que o professor adquire ao realizar os projetos não são os mesmos dos alunos da educação infantil, ou seja, são de outra ordem” (BARBOSA e HORN, 2008, p. 41).

É claro que este entendimento também é válido para as outras etapas de ensino, desse modo, o professor possuindo um referencial diferente dos alunos poderá encaminhar novas perguntas e propor diferentes desafios nos projetos. É preciso superar a ideia corrente de que, no trabalho com as crianças pequenas o professor precisa ter um pequeno repertório de conhecimentos sobre um tema. Dessa forma, concorda-se que, “para prevermos situações ricas e contextualizadas para as crianças, é preciso saber muito sobre os temas enfocados” (BARBOSA e HORN, 2008, p. 40).

Os projetos além de possibilitarem o aprendizado sobre um tema também podem ser propostos visando o trabalho em grupo, isto é, trabalhar com projetos “é também aprender a trabalhar em grupo e experimentar a aprendizagem como uma função intersubjetiva, acompanhando as tendências da ciência e da tecnologia de construção coletiva do conhecimento, criando uma cultura de aprendizagem mútua” (BARBOSA e HORN, 2008, p. 88).

Além disso, algumas habilidades e capacidades dos alunos podem ser desenvolvidas no trabalho com projetos, tais como:

flexibilidade, organização, interpretação, coordenação, de idéias, formulação de conceitos teóricos, antevisão de processos, capacidade de decisão, verificação da viabilidade dos empreendimentos, decisão sobre elas, mudança de rumos, desvendamento do novo, ampliação do conhecimentos e garantia de inclusão na rede de saberes previamente adquiridos. (BARBOSA e HORN, 2008, p. 88)

Como foi possível perceber o trabalho com projetos apresenta um valor de destaque na prática pedagógica, isto é, o projeto como instrumento de trabalho em sala de aula ou na escola como um todo, além de possibilitar responder aos questionamentos sobre um tema específico, também contribui na formação de habilidades cognitivas, sociais, emocionais, entre outras.

Como nos lembra Tomio (2008):

Hoje, pelas tecnologias de informação e comunicação, podemos, numa aula de ciências, mergulhar nas profundezas de rios e mares, escalar picos mais altos, conhecer pessoas e suas culturas, adentrar locais que já não existem mais, penetrar nos corpos dos animais, circular com a seiva das plantas, viajar com espermatozóides e acompanhar da concepção ao desenvolvimento da vida. isso tudo ao assistirmos um vídeo, um documentário na TV, com programas de computadores, navegando na internet, sem contar com os sistemas didáticos inteligentes, como a imersão virtual, que os possibilita expandir o nosso alcance no conhecimento da realidade. (TOMIO, 2008, p. 41)

Porém, não podemos esquecer que a presença dessas alternativas não garante uma aprendizagem de qualidade. É preciso saber utilizar esses recursos.

Além das atividades destacadas para o trabalho pedagógico em sala de aula, o professor também pode e deve utilizar os livros didáticos destinados para as diferentes séries, os quais se constituem como fonte de atividades e pesquisa. Entretanto, é preciso saber selecionar o livro mais adequado aos conteúdos e interesses da turma. Existe uma infinidade de livros didáticos destinados ao ensino fundamental, que subsidiam o trabalho do professor no ensino de ciências.


TEXTO COMPLEMENTAR:

 


Palavras Finais

Nessa etapa do estudo da disciplina de ciências, foram apresentadas algumas sugestões de atividades práticas que podem ser utilizadas pelo professor em sala de aula.

O destaque nas orientações metodológicas é superar aulas somente teóricas no ensino, pelo fato de que em ciências existe uma possibilidade enorme de trabalhos com experiências, as quais nem sempre exigem materiais caros ou laboratórios para efetivá-las. O professor é o responsável pelo planejamento e escolha da metodologia, e essas devem ser adequadas ao interesse do aluno.

O trabalho com projetos se apresenta como uma alternativa viável para a prática pedagógica em sala de aula, como se pode perceber, além de ser um instrumento didático adequado para o ensino de ciências, também auxilia no desenvolvimento habilidades de cooperação e participação por parte das crianças.


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