AULA DE HOJE: 29-03-21
Abordagem
temática no ensino de Ciências
A discussão em torno de uma metodologia
diferenciada torna‑se imprescindível
para a busca de uma melhoria no trabalho com Ciências Naturais. Autores como
Demétrio Delizoicov, José A. P. Angotti e Maria M. Pernambuco, sugerem uma nova
abordagem para os conteúdos da disciplina, visando a superar as concepções
tradicionais, muito presentes nas salas de aula.
Para que as aulas de Ciências não se
resumam a elaborar cartazes e colocá-los na parede, os autores citados sugerem
uma abordagem que tem início com a problematização inicial, na qual se faz a introdução do
conteúdo, valorizando a participação dos alunos, que relatam seu conhecimento e
experiências em relação ao tema. Na sequência, o momento da organização do conhecimento, sistematizando e estudando o tema,
visando à sua compreensão, com a orientação dos professores. A etapa final diz
respeito à aplicação do
conhecimento, na qual o aluno
deverá articular o conhecimento científico com situações cotidianas e
significativas.
As brincadeiras, o lúdico, são
importantes elementos no desenvolvimento da criança, a ludopedagogia, prática
que leva a brincadeira para a sala de aula, contribui para a produção de uma
sensação de prazer, facilitando o aprendizado. Essas brincadeiras, muitas
vezes, podem ser realizadas na tela do computador, por meio de sites que possibilitam a realização de
pequenas experiências e simulações.
Abordagem temática
A necessidade de uma nova abordagem e um
encaminhamento diferenciado ao ensino de Ciências é fator de consenso entre
educadores e pesquisadores preocupados com a disciplina.
Buscando superar essa postura tradicional, que
apresenta a Ciência como algo inerte, sem movimento, desvinculada do cotidiano
dos alunos, as obras Metodologia do ensino de
Ciências, de Demétrio Delizoicov e
José A.P. Angotti (1992), e Ensino
de Ciências: fundamentos e métodos, de Delizoicov, José A. P. Angotti e Maria M.
Pernambuco (2002), apresentam uma nova abordagem para o ensino de Ciências,
dividida em três momentos, que serão descritos a seguir.
Problematização inicial
No primeiro momento são apresentadas questões,
situações para discussão com os alunos. Além da motivação para introdução do
conteúdo, sua função é fazer a ligação do conteúdo selecionado com situações
reais que os alunos conhecem e presenciam.
Organiza-se a turma de forma que os alunos exponham
o que pensam, estimulando-os a se manifestarem sobre o assunto. O professor vai
conhecendo o que eles pensam sobre o tema selecionado. Evidencia-se a apreensão
e compreensão das questões levantadas, prevalecendo, inicialmente, a opinião
dos alunos.
A função do professor nessa dinâmica é de coordenar
as discussões, fomentando, questionando, levantando dúvidas, buscando, assim,
levantar as contradições nas explicações, limitações e lacunas de conhecimento.
O ponto culminante dessa
problematização é fazer com que o aluno sinta a necessidade de aquisição de
outros conhecimentos que ainda não detém, ou seja, procura-se configurar a
situação em discussão como um problema que precisa ser enfrentado (DELIZOICOV
et al., 2002, p. 134).
Além das questões sugeridas no início da atividade,
o professor e os alunos poderão formular outras de interesse maior para o local
onde vivem. Com o levantamento de conhecimentos dos alunos concluído,
adentra-se ao segundo momento.
Organização do conhecimento
Este é um momento em que o conhecimento de Ciências
Naturais, necessário para a compreensão do tema e da problematização inicial,
será sistematizado e estudado pelos alunos sob a orientação do professor. Novas
fontes de informações devem ser consultadas: o auxílio de livros, vídeos,
textos da internet, entre outros materiais disponíveis ao aluno, como o seu
livro didático.
A utilização de recursos diversificados, além de
atrair o interesse das crianças, desperta nelas a curiosidade sobre como a
ciência pode ser vista nas ações do dia a dia. Quanto mais situações práticas
forem estimuladas, maior será a qualidade do ensino científico.
Diferentes atividades serão empregadas com a função
de auxiliar no desenvolvimento dos conceitos científicos identificados como
fundamentais na compreensão dos problemas levantados. Trabalha-se com a
resolução dos problemas tendo também como objetivo responder às questões
levantadas.
Aplicação do conhecimento
Apresenta-se como a abordagem sistemática do
conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno, que irá auxiliar, tanto na
análise e interpretação das situações que determinam seu estudo quanto em
outras situações que não estejam diretamente ligadas aos problemas inicialmente
propostos, mas que contribuem na sua compreensão (DELIZOICOV; ANGOTTI, 1992).
Pode-se dizer, literalmente, que é a aplicação do
conhecimento adquirido em outras situações-problema enfrentadas pelo aluno. Com
isso, evita-se a dicotomização entre Ciência de “quadro-negro” e Ciência para a
vida.
A meta pretendida com este
momento é muito mais a de capacitar os alunos ao emprego do conhecimento, no
intuito de formá-los para que articulem, constante e rotineiramente, a
conceituação científica com situações reais, que de simplesmente encontrar a
solução (DELIZOICOV et al., 2002, p. 203).
O objetivo é que, dinâmica e evolutivamente, o
aluno perceba que o conhecimento, além de ser uma construção historicamente
definida, está disponível para o uso de qualquer indivíduo e, para que isso
ocorra, deve ser apreendido.
A aplicação do conhecimento é o momento que visa a
articular o conhecimento científico com situações cotidianas e significativas
para o aluno, com uma proposta de melhor entendimento, alcançando, assim, o
potencial explicativo e exploratório das diferentes teorias.
Atividades lúdicas e jogos:
uma alternativa para o ensino de Ciências Naturais
O ato de brincar apresenta-se como elemento de
grande importância para o desenvolvimento da criança, pois, por meio das brincadeiras,
ela pode experimentar diferentes sensações, participando, de forma ativa e
prazerosa, de novas descobertas, criando, também, fatos que, inseridos no seu
cotidiano, darão condições para que busque soluções para os diferentes
problemas.
A participação em uma brincadeira, por mais simples
e sem intencionalidade que se apresente, constitui-se como um elemento de
grande relevância para o desenvolvimento infantil, pois proporcionará à mente
da criança condições para desenvolver conexões. Brincar é um direito básico
para a formação saudável de qualquer cidadão, reconhecido pela Organização das
Nações Unidas.
A construção dos brinquedos – objetos para as
brincadeiras – constitui-se em uma eficiente alternativa para a integração dos
conceitos.
Percepções acerca do meio ambiente, por exemplo,
possibilidades de preservação, entre outros assuntos das ciências, podem ser
exploradas dentro da ação educativa fundamentada nesta prática.
Para Rego (1995), utilizando as palavras de
Vygotsky, a criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais
amplo dos adultos e não apenas no universo de objetos que tem acesso, criando,
assim, uma situação ilusória e imaginária como forma de satisfazer seus desejos
não realizáveis. Essa é uma característica que define o brinquedo de um modo
geral.
Por meio das brincadeiras, que são um ato natural
para as crianças, elas manifestam suas representações referentes ao mundo.
Dessa forma, as instituições que trabalham com crianças devem oferecer espaços
para que as brincadeiras sejam desenvolvidas, contemplando aspectos físicos,
sociais, afetivos e cognitivos, os quais devem ser enriquecidos com diferentes
oportunidades de aprendizagem.
Além das brincadeiras, os jogos também se
apresentam como uma nova alternativa para o desenvolvimento de metodologias
diferenciadas no ensino de Ciências Naturais. Os jogos não devem exercitar
apenas os músculos, mas principalmente a inteligência, criando condições para
que a criança compreenda os diferentes fenômenos e ações que a cercam.
Dewey, Piaget e Vygotsky, entre outros, escreveram
muito sobre o poder do jogo. No jogo as crianças exercitam a imaginação e
também exploram papéis de adultos nas experiências comuns do dia a dia,
participando, assim, de diferentes descobertas, de forma ativa e prazerosa.
Deve-se tomar cuidado para que o jogo não perca o
seu direcionamento no trabalho escolar, não se pode correr o risco de reduzi-lo
a um simples divertimento.
Na era da informática, outra questão a ser abordada
diz respeito a jogos e atividades realizadas no computador, ferramenta que a
cada dia tem seu acesso disponibilizado a mais pessoas.
Na tela do computador a criança pode fazer
simulações, desenvolver o seu raciocínio lógico, sua coordenação motora, além
de compreender reais situações da vida cotidiana.
Alguns sites podem ser consultados para se ter ideias sobre diferentes atividades e jogos para o trabalho de Ciências Naturais com as crianças: https://youtu.be/U3AImVP-TEs
Agora faça uma pesquisa de alguma atividade
ou jogo que possa ser trabalhado com as crianças na disciplina de Ciências.
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